Sem alteração no contrato, EPR mantém duplicação da Serra da Esperança para 2030
Declaração da empresa foi enviada ao Portal Paraná Central, com base no movimento que solicita antecipação do cronograma
29/10/2025
Obras como a duplicação da Serra da Esperança, na BR-277, são promessas adiadas há mais de 20 anos; pelo contrato atual, firmado entre o governo e a concessionária, a espera terá de ser por pelo menos mais 5 anosA duplicação da Serra da Esperança, um dos trechos mais perigosos e estratégicos da BR-277, continua sem data para começar. A concessionária EPR Iguaçu, responsável pela rodovia que corta o Paraná do Oeste ao Litoral, reafirmou que as obras só deverão ocorrer a partir de 2030 – o quinto ano de concessão firmado com o governo do Estado –, sem nenhuma alteração do que prevê o contrato original.
Em nota enviada ao Portal Paraná Central, a empresa destacou que o cronograma segue o contrato e que qualquer antecipação dependerá de decisão da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). “Eventuais solicitações de antecipação de obras devem ser formalizadas junto ao Poder Concedente e regulador do contrato, a ANTT”, informou a concessionária.
O comunicado vem em meio a uma crescente mobilização política em Guarapuava. Lideranças locais, apoiadas por entidades empresariais como a Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava (ACIG), voltaram a pressionar por uma solução imediata para o trecho, visto como um gargalo histórico do transporte rodoviário paranaense.
A EPR Iguaçu reconhece a importância da duplicação e afirma manter diálogo com autoridades locais e estaduais para “encontrar as melhores soluções para os usuários”. A empresa lembra que o segmento da Serra da Esperança recebeu recentemente melhorias operacionais dentro do chamado Plano de 100 Dias, criado após uma série de reuniões com a comunidade regional. As intervenções, segundo a concessionária, têm o objetivo de aumentar a segurança, a fluidez e a capacidade de resposta a acidentes.
Mesmo com essas ações emergenciais, o desafio permanece. A BR-277 é a principal ligação entre Foz do Iguaçu e o Porto de Paranaguá – eixo que concentra o maior volume de cargas e passageiros do Estado e que também conecta o Brasil a Paraguai e Argentina. Ainda assim, a duplicação integral da rodovia é uma promessa adiada há mais de 20 anos, desde o início do sistema de pedágios.
A EPR Iguaçu recebeu a concessão da BR-277, trecho de Guarapuava, em abril deste ano, e o contrato foi assinado no formato como está hoje sem nenhuma contestação.
A lentidão também marca o destino da PR-170, rodovia que liga Guarapuava ao distrito industrial de Entre Rios. Um consórcio de empresas locais chegou a financiar o projeto executivo de duplicação entre o trevo da BR-277 e a ponte sobre o Rio Jordão, mas o documento acabou se tornando mais um símbolo da espera: anos se passaram sem que qualquer obra fosse iniciada.
Agora, com a proximidade das eleições de 2026, o tema retorna ao centro das discussões regionais. Políticos e empresários tentam acelerar a tramitação de projetos e a liberação de recursos, pressionados pelo calendário eleitoral. Para que qualquer iniciativa seja incluída no planejamento do atual governo, as aprovações precisam ocorrer até abril do próximo ano – prazo limite para novos investimentos públicos antes do período vedado pela legislação.
Mesmo que as obras comecem dentro desse cronograma apertado, técnicos apontam que sua conclusão até o fim do mandato é improvável. A Serra da Esperança, com seu relevo acidentado e histórico de acidentes fatais, exigirá uma engenharia complexa e custosa. Até lá, a rodovia seguirá como está: um ponto de tensão entre a urgência das demandas locais e o ritmo burocrático das concessões federais.
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