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Polícia alerta para novo “golpe do troco do Pix” em Pinhão; golpistas usam nomes de policiais para enganar comerciantes

Criminosos fazem transferências reais e depois convencem as vítimas a devolver o dinheiro para outra conta, multiplicando o prejuízo

25/10/2025
Golpistas têm explorado a confiança e o senso de urgência das pessoas; antes de devolver qualquer valor, usuário deve confirmar a origem do Pix e evitar agir sob pressãoGolpistas têm explorado a confiança e o senso de urgência das pessoas; antes de devolver qualquer valor, usuário deve confirmar a origem do Pix e evitar agir sob pressão

A Polícia Civil de Pinhão, no Centro-Sul do Paraná, emitiu neste sábado (27) um alerta sobre o chamado “golpe do troco do Pix” — uma fraude que vem se sofisticando ao ponto de usar nomes e fotos de supostos policiais para ganhar credibilidade entre comerciantes.

Segundo o comunicado, divulgado nas redes sociais, golpistas têm utilizado um número (992 03 5972) com prefixo de Pernambuco (87) e a identificação de um falso “Dr. Bruno”, apresentado como delegado, para fazer pedidos em estabelecimentos locais. A corporação ressalta que o nome citado “não pertence a nenhum policial civil” e orienta a população a bloquear o número imediatamente.

O comunicado da Polícia Civil à população de Pinhão, principalmente aos comerciantes que são os mais visados

O golpe segue uma lógica simples, mas eficaz. O fraudador realiza um Pix de pequeno valor para a conta de uma potencial vítima, utilizando como chave um número de celular. Logo depois, entra em contato — geralmente por WhatsApp – dizendo ter feito a transferência por engano.

Com um discurso convincente, o golpista tenta persuadir o destinatário a “devolver” o dinheiro, mas indica uma conta diferente daquela de onde o valor partiu. Em muitos casos, o tom é de urgência e apelo emocional, tipo "preciso pagar o aluguel", "o dinheiro era meu filho", "nossa, o dinheiro era para ajudar meu irmão, que está muito necessitado".

A vítima, ao verificar que o dinheiro realmente aparece em seu saldo, acredita estar agindo corretamente ao devolver a quantia. Mas é nesse momento que o prejuízo se consolida.

O mecanismo que se volta contra a vítima

Enquanto convence a vítima a transferir o valor, o criminoso aciona o Mecanismo Especial de Devolução (Med) — uma ferramenta criada pelo Banco Central para permitir o bloqueio de valores em casos de fraude. Alegando ser a verdadeira vítima, o golpista solicita o estorno.

Quando as instituições financeiras envolvidas analisam a transação, observam que o dinheiro foi recebido e, em seguida, enviado a uma terceira conta. Essa movimentação triangular costuma ser interpretada como indício de fraude, levando os bancos a retirar o valor da conta de quem tentou agir de boa-fé. O golpista, portanto, termina com o dinheiro duas vezes: na transferência voluntária e na devolução automática.

Mesmo após perceber o engano, quem caiu no golpe enfrenta dificuldades para reaver os recursos — já que as contas de destino frequentemente são esvaziadas rapidamente.

Como se proteger

O Banco Central orienta que, ao receber um Pix inesperado, a pessoa não faça uma nova transferência, mas utilize a própria função “devolver” disponível no aplicativo bancário. Esse recurso estorna o valor diretamente para a conta que originou o pagamento, sem gerar nova operação nem abrir brechas para golpes.

O órgão também lembra que, embora o Código Penal trate de apropriação indébita em casos de retenção indevida de valores, não há norma específica do BC ou do Conselho Monetário Nacional para devoluções por engano — reforçando a importância de agir com cautela.

A Polícia Civil de Pinhão reforça que nenhum agente público faz solicitações financeiras por telefone ou mensagens e pede que suspeitas de fraude sejam comunicadas imediatamente às autoridades.

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