Recaptura de foragido em Pinhão mostra desafios do combate ao tráfico em cidades pequenas

PINHÃO – A Polícia Civil de Pinhão prendeu nesta segunda-feira um homem que estava foragido desde março deste ano. Condenado por tráfico de drogas, ele voltou agora ao sistema prisional, mas o episódio levanta questões sobre as limitações à fiscalização e a complexidade do tráfico em municípios de menor porte. Recentemente, o Portal Paraná Central mostrou que a região do 4º Comando da Polícia Militar, no qual estão incluídos todos os municípios do 16º BPM, com sede em Guarapuava, receberá menos policiais que um único Batalhão, o de Londrina. 

Em cidades pequenas, como Pinhão, município de 30.000 habitantes, 52 quilômetros a Sudoeste de Guarapuava, o tráfico tende a operar de maneira mais discreta, muitas vezes envolvendo redes locais e conexões familiares ou comunitárias. A proximidade entre moradores não impede que crimes ocorram, mas pode dificultar a investigação, já que testemunhas muitas vezes se sentem intimidadas ou reticentes em colaborar com a Justiça. Em seguidas publicações em redes sociais, a Delegacia de Pinhão coloca anúncios, estimulando a população a repassar informações, sob garantia de sigilo, pelo telefone 181.

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A reincidência e a facilidade com que alguns condenados conseguem se manter foragidos refletem lacunas estruturais no sistema prisional e na segurança pública. Embora o retorno do indivíduo à prisão seja um passo necessário, ele evidencia a necessidade de estratégias mais amplas, que incluam prevenção, acompanhamento pós-libertação e políticas de redução de danos, sobretudo em localidades com recursos policiais limitados. 

A ação exige serviços de inteligência nas forças de segurança, em investigações contínuas, simultaneamente ao trabalho de campo, operacionalizado pelas patrulhas de policiais. Tudo isso exige pessoal, recursos e tecnologia à disposição das polícias.

Esta realidade também está sendo enfrentada no distrito de Entre Rios (Guarapuava), sede da Cooperativa Agrária e das áreas urbanas habitadas pelos cooperados da instituição. Em contraste com as mansões dos agricultores, a periferia da Colônia Vitória está permeada de problemas sociais e de crescentes casos de tráfico de drogas – o que, por consequência, está associada também ao aumento do consumo de entorpecentes.