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Aviação e o caminho do céu em Guarapuava

09/06/2025

JEFERSON REZENDE

Piloto e empresário rural

As discussões mais recentes a respeito da importância do transporte aéreo para o desenvolvimento econômico e social da nossa região (Guarapuava), tomou força ano passado, e mais recentemente este ano, com reuniões técnicas que envolveram até a FIEP (Federação das Indústrias do Paraná), Prefeitura, ACIG, entre outros atores.

Ponto comum foi que identificamos os principais “gaps” do nosso Aeroporto: comprimento e largura da pista, e falta de equipamento de proteção ao voo para operações climáticas desfavoráveis (muito comum por aqui). Com o advento das operações via satélite, RNAV, parte dos procedimentos dos “voos por instrumentos” foi relativamente simplificada. Isso, no entanto, não exclui a importância dos Equipamentos de Proteção ao Voo tradicionais, como o V.O.R e o I.L.S.

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Esse último provavelmente, seja o mais importante no contexto porque possibilita aproximações com teto mínimo, e consequentemente, mitigam o cancelamento de voos. Cidades como Passo Fundo (RS), e Maringá (PR), possuem respectivamente, V.O.R e I.L.S nos seus Aeroportos, a fim de reduzirem cancelamentos e aumentarem a pontualidade dos voos, bem como a segurança operacional. Londrina (PR), deverá ter o seu I.L.S instalado até o final deste ano.

E nós, como ficamos diante da necessidade de melhorarmos a infra do nosso Aeroporto, de modo que ele possa de fato ser um indutor de desenvolvimento regional?

Bem, o município já deu start nos trabalhos necessários internos para organizar os processos inerentes, como projetos e ações pertinentes. E, no nosso entendimento, alguns pontos precisam constar nesta lista: o alargamento da pista para 45m, aumento no comprimento em mais 200m, e a instalação do I.L.S, além das luzes P.A.P.I (estas já estão previstas).

Aeroporto de Guarapuava, inaugurado há pouco tempo, requer melhorias estruturais para atender grandes companhias aéreas

Aeroporto de Guarapuava, inaugurado há pouco tempo, carente de melhorias estruturais para atender demandas de grandes companhias aéreas

À parte da restruturação técnica operacional, há necessidade de reorganizar o pátio de estacionamento das aeronaves, e repensar uma nova estação de passageiros (se desejamos operar aeronaves maiores). Em paralelo, prever e programar um espaço para a instalação de um Terminal de Cargas Aéreas (TECA). Isso tudo demandará esforços múltiplos, network político para viabilizar os recursos necessários em Brasília e Curitiba, e foco dos envolvidos.

Parece que estamos falando de algo inatingível, só que não...

isso é o ponto divisor de tempo e “águas” para tornar Guarapuava uma grande referência logística no Paraná e no Sul do País. Estas melhorias, poderão tornar o local um Porto Seco Multimodal (rodoaero-ferroviário)!

Somos uma das mais antigas cidades do Estado, referência no agronegócio de ponta, na indústria da madeira, e mais recentemente, na ciência da saúde entre outras. Nosso Aeroporto é Equipamento Urbano estratégico para os aeronavegantes que cruzam o Paraná de norte ao sul...leste ao oeste e vice-versa.

É imperioso deixarmos o sentimento de “vira-latas” que nos acompanhou ao longo dos tempos de algum modo, e trabalhar pelo engrandecimento regional. Com um Aeroporto equipado, todas as cidades que compõem a região terão mais uma ferramenta de fomento ao fortalecimento das suas atividades econômicas, inclusive, do Turismo.

Num país com as dimensões do Brasil, imaginar crescimento sem transporte aéreo é impensável, inviável, e com certeza, contrário aos novos tempos.

 piloto de aviões, presidente do Centro de Instrução de Aviação Civil ACG

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