Após calorzinho no fim de semana, nova frente fria derruba um pouco as temperaturas
massa de ar frio no Sul do Brasil fará com que as temperaturas retornem à média do mês de agosto
18/08/2025
Depois de um fim de semana de calor fora de época, com temperaturas acima de 30 °C em várias regiões do Paraná, a semana começa sob o impacto do chamado efeito gangorra. Em Guarapuava e na região Centro-Sul, a variação será mais sutil, mas perceptível: o termômetro sobe, cai e volta a subir até o próximo fim de semana.
Segundo o Simepar, nesta segunda-feira (18) a máxima em Guarapuava deve atingir 23 °C. Com a chegada de uma frente fria na noite de terça (19), o cenário muda: as temperaturas não devem passar de 21 °C até quarta (20). A partir de quinta-feira (21), o aquecimento retorna, com 25 °C, chegando a 27 °C no fim de semana.
Para os padrões do Terceiro Planalto, a Serra Paranaense, clima na faixa dos 20°C já pode ser considerado com "temperaturas amenas". Quando sobe, a população lota os parques e também as sorveterias, como aconteceu neste domingo. Quem quis um "geladinho", enfrentou muitas filas.
O fenômeno é explicado pela passagem de sistemas frontais que quebram o bloqueio atmosférico no Sul do Brasil. “O calor registrado não caracteriza onda de calor ou veranico, porque já há previsão de chuvas associadas à frente fria. O que ocorre é um aquecimento pré-frontal típico”, explica o meteorologista Lizandro Jacóbsen.
A gangorra térmica será mais acentuada em cidades do Noroeste, como Umuarama, onde a máxima oscila de 33 °C nesta segunda para 24 °C na quarta, voltando a subir no dia seguinte. No centro-sul, a diferença é menor, mas suficiente para mudar a rotina, principalmente pela alternância entre dias ensolarados e manhãs frias.
Resumo para Guarapuava e região:
- Segunda (18): até 23 °C
- Terça e quarta (19 e 20): máximas em torno de 21 °C
- Quinta (21): 25 °C
- Fim de semana: até 27 °C
Guarapuava e municípios da Região Central enfrentaram temperaturas de até -3°C neste inverno de 2025
Gangorra climática traz reflexos para economia do Centro-Sul do Paraná
O povo do Terceiro Planalto já está acostumado a sentir a sentir as “quatro estações” num só dia. A variação climática, com friozinho de manhã, às vezes até em pleno verão, obriga ao irritante “tira japona, coloca japona” – mas, não tem jeito, viver à quase 1.230 metros de altitude e sob o efeito do vento exige essas manobras pouco convencionais para quem está acostumado a temperaturas mais estáveis.
Nesta semana, o chamado efeito gangorra, provocado pela alternância entre massas de ar quente e frio, será sentido com mais intensidade em Guarapuava e região e terá impacto não apenas no guarda-roupa da população, mas também em setores-chave da economia regional, como agricultura, comércio e serviços.
No campo, a irregularidade térmica nessa época do ano é sempre uma preocupação para produtores de aveia, trigo e cevada, culturas em fase de desenvolvimento que são sensíveis a mudanças bruscas de temperatura. Essa gangorra, se for muito prolongada, pode acelerar ou retardar o ciclo das lavouras, além de aumentar o risco de doenças fúngicas, já que vem acompanhada de umidade.
A pecuária de leite, outro pilar da economia regional, também sofre: vacas expostas ao calor acima do normal apresentam queda na produtividade, enquanto o frio subsequente exige maior gasto energético para manutenção da dieta animal.
No comércio, o vai e vem climático se reflete nas vitrines. Lojas de vestuário relatam dificuldade em planejar estoques, pois o consumidor posterga compras de roupas pesadas diante de dias quentes, mas volta a buscá-las quando as temperaturas recuam. Restaurantes e cafés também percebem o efeito: cardápios sazonais, como sopas e bebidas quentes, têm demanda instável.
O setor de serviços não escapa. Clínicas médicas registram aumento de consultas por problemas respiratórios em períodos de variação brusca, e farmácias veem alta na venda de antigripais e antialérgicos.
O clima instável reforça um desafio antigo da região: como adaptar cadeias produtivas e estratégias de mercado a uma realidade em que o inverno já não é sinônimo de frio constante, mas de um cenário cada vez mais errático e imprevisível.
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