Unicentro faz 35 anos: de Guarapuava ao protagonismo regional
Com raízes fincadas no interior do Paraná, a Universidade Estadual do Centro-Oeste celebra três décadas e meia de expansão acadêmica, impacto regional e desafios à frente
10/06/2025
A cidade de Guarapuava ainda era marcada pelo ritmo das colheitas e pelo frio serrano típico do planalto paranaense quando, em 1989, nascia a Universidade Estadual do Centro-Oeste, a Unicentro.
O que começou como um conjunto de faculdades isoladas hoje se consolidou como uma das principais instituições públicas de ensino superior do interior do Paraná. Aos 35 anos, a universidade coleciona números consideráveis, amplia sua presença em projetos de pesquisa e extensão e enfrenta, como todas as universidades públicas do Brasil, o desafio de se manter inovadora e relevante diante de restrições orçamentárias.
A data de aniversário é oficialmente comemorada no dia 13 de junho, mas as comemorações começaram no fim de semana e se prolongam nesta, com atividades festivas e inaugurações. Nesta segunda-feira (9), a universidade prestou uma homenagem ao professor Paulo Rogério Pinto Rodrigues, falecido no ano passado, ao nomear o miniauditório do Centro de Pesquisas Avançadas Ambientais, Bioenergéticas e Biotecnológicas (Ambiotec) com seu nome.
A Unicentro é fruto da antiga Facudade de Filosofia, Ciências e Letraas de Guarapuava e daestadualização de faculdades municipais que funcionavam também em Irati e Pitanga.
Prédio da antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Guarapuava (FAFIG), que hoje abriga a sede da Unicentro, no bairro Santa Cruz, em Guarapuava
A transformação começou oficialmente em 1990, mas foi em 1991 que a universidade passou a operar sob o modelo atual, com foco na formação de professores e em cursos voltados às vocações regionais. “A missão da Unicentro sempre foi atender o interior com qualidade equivalente à das capitais”, afirma o reitor Fábio Hernandes, que está à frente da instituição desde 2020.
Com cerca de 8 mil alunos matriculados em cursos presenciais e a distância, 42 cursos de graduação e mais de 20 programas de pós-graduação, a Unicentro se tornou uma das sete universidades estaduais mantidas pelo Governo do Paraná. A atuação da instituição vai além dos campi: impacta diretamente mais de 50 municípios do centro-sul paranaense. Seus projetos de extensão e pesquisa, frequentemente voltados a temas locais como agricultura familiar, reflorestamento e educação básica, aproximam a academia da comunidade — um diferencial valorizado inclusive por rankings de avaliação de ensino.
Nos últimos anos, a universidade também se destacou em rankings internacionais, como o Times Higher Education (THE), figurando entre as melhores instituições de ensino superior da América Latina. “É uma universidade pequena em tamanho, mas com grande capacidade de entrega acadêmica e social”, resume o pró-reitor de Planejamento, Adriano Stadler.
35 ANOS
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Mas nem tudo são flores. A crise financeira que atingiu as universidades públicas nos últimos anos trouxe cortes de verba, atrasos em repasses e dificuldades para manter a infraestrutura. A solução, segundo a gestão, tem sido buscar parcerias e ampliar a captação de recursos por meio de editais nacionais e internacionais. Em 2023, por exemplo, a Unicentro foi contemplada com R$ 8 milhões do Programa de Desenvolvimento da Pós-Graduação (PDPG) da Capes — valor recorde para a instituição.
Além disso, a universidade tem investido na inovação. O recém-inaugurado Parque Científico e Tecnológico, em Guarapuava, promete ser um polo de conexão entre universidade, empresas e poder público. A ideia é fomentar o empreendedorismo de base tecnológica na região, num raio que abrange desde o agronegócio até o setor madeireiro.
Professor Fábio Hernandes, reitor da Unicentro
Ademir Fanfa Ribas, vice-reitor
Campus Cedeteg (Guarapuava) e Irati
Para os próximos anos, a meta é consolidar os programas de internacionalização, ampliar o ensino técnico e expandir o alcance da universidade por meio de polos EaD. A Unicentro chega aos 35 anos com a maturidade de quem venceu a desconfiança inicial e com o fôlego de quem ainda tem muito a entregar.
“Nosso maior desafio agora é garantir que o conhecimento gerado aqui continue transformando vidas, especialmente nas regiões mais carentes do Paraná”, diz o reitor Hernandes. É a missão que move essa universidade do interior, que fez da excelência acadêmica sua maior bandeira.
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