Após pressão do setor, governo libera R$ 67 milhões para escoar trigo no Sul
Medida atende pedido do Sistema FAEP e busca conter perdas com preços abaixo do mínimo
17/11/2025
A liberação de R$ 67 milhões pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para apoiar a comercialização de trigo no Paraná e no Rio Grande do Sul marca o desfecho de uma articulação que começou no interior paranaense e chegou a Brasília.
O recurso, autorizado após pedido formal do Sistema FAEP, permitirá o escoamento de até 250 mil toneladas do cereal da safra 2024/25 por meio dos leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) e Prêmio de Escoamento do Produto (PEP).
O objetivo é compensar produtores que enfrentam preços 19% abaixo do mínimo oficial e evitar que a safra encalhe nos estados líderes de produção. No fim de outubro, a saca de 60 kg no Paraná era negociada a R$ 64,10 – valor insuficiente até para cobrir o custo variável, segundo a própria Conab. O preço mínimo para a região Sul é de R$ 78,51.
A demanda nasceu no Sindicato Rural de Coronel Vivida, ganhou força no Núcleo Regional do Sudoeste e foi levada a Brasília pelo Sistema FAEP.
O governo acabou cedendo à pressão, diante do risco de prejuízos generalizados no campo.
“O resultado é fruto da união das lideranças rurais do Paraná. Seguimos atuando para garantir renda e segurança ao produtor em momentos de instabilidade”, afirmou o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette.
A intervenção integra a Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), tradicional amortecedor de crises no mercado agrícola.
● O Pepro, prioridade da Conab nesta rodada, é acionado quando o preço de mercado fica abaixo do mínimo – o governo cobre a diferença para que o produtor venda sem prejuízo.
● O PEP opera de maneira similar, garantindo o escoamento para fora dos estados produtores, aliviando a pressão sobre os mercados locais.
Os leilões serão realizados pelo Sistema de Comercialização Eletrônica da Conab (Siscoe). Para participar, o produtor precisa estar cadastrado em uma Bolsa de Mercadorias credenciada, no Sistema de Cadastro Nacional de Produtores Rurais (Sican) e regularizado nos cadastros federais Sircoi, Sicaf e Cadin.
Com a liberação dos recursos, o governo tenta dar previsibilidade a uma cadeia produtiva que convive com custos altos, câmbio instável e excesso de oferta. O desafio agora é garantir que os leilões ocorram com rapidez – e que o reforço financeiro chegue à ponta antes que novos prejuízos se acumulem.
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