Alto Cascavel, o "nó" que se tornou solução para o projeto fundiário do prefeito Baitala
Uma comunidade inteira, afetada pelo déficit habitacional histórico na cidade, começa a receber titulação definitiva
17/11/2025
Audiência pública marca início da regularização de 270 famílias; gestão Baitala mira 3.000 casas populares até 2028A gestão do prefeito Denilson Baitala (PSD) tenta transformar o bairro Alto Cascavel em vitrine de uma agenda que ele próprio admite ser o maior desafio do mandato: reduzir o déficit habitacional em Guarapuava. A dimensão do problema aparece nos números – só ali, 270 famílias vivem em situação de vulnerabilidade, muitas há décadas, sem qualquer documento que comprove a propriedade de seus imóveis.
Na noite de quinta-feira (13), a prefeitura realizou mais uma audiência pública sobre o avanço da regularização fundiária (Reurb). O encontro ocorreu na Escola Municipal Pedro Itararé e reuniu moradores cadastrados no sistema da Cohapar. Foi a primeira etapa formal para emitir escrituras na região, em parceria com o programa Paraná Regularizado, do governo estadual.
Baitala afirmou que o Alto Cascavel funciona como “ponto de partida” para destravar a fila de regularizações em áreas irregulares do município. A meta do prefeito é construir 3.000 casas populares até o fim do mandato e, paralelamente, entregar 2.000 escrituras por meio do Reurb.
“Com essas 270 moradias, vamos começar a desengatar o nó da regularização aqui em Guarapuava”, disse o prefeito aos moradores. Ele defendeu que a emissão de escrituras dá “dignidade e segurança” às famílias e é condição para que novos projetos de habitação popular avancem em ritmo maior.
Para a moradora Carla Viviane Iensen, que vive no bairro há 10 anos, o início do processo representa uma mudança histórica. “Muitos terrenos existem há mais de 30 anos e nunca tiveram documentação. Agora temos esperança de ter a escritura na mão”, afirmou.
O diretor de Regularização Fundiária, Christiam Andrade, explicou as etapas previstas pela Lei 13.465/2017: levantamento das famílias, topografia, produção dos memoriais descritivos e, ao final, entrega das matrículas. Como a área é pública, a transferência de titularidade deve ocorrer diretamente para os moradores.
O secretário municipal de Habitação, Gustavo Pedrosa, reforçou que a regularização abre portas para crédito e financiamentos, hoje inacessíveis para a maioria das famílias do bairro.
A audiência também funcionou como termômetro político para medir a recepção da comunidade ao projeto. Para a gestão Baitala, o Alto Cascavel deve ser o laboratório que permitirá expandir, corrigir e acelerar as ações na zona rural e urbana – onde as demandas são maiores que a capacidade de resposta da prefeitura. Um dos entraves da administração é a falta de terrenos para construir as casas, que, segundo o deputado estadual Artagão Júnior (PSD), "já estão asseguradas pelo governador Ratinho Júnior". A solução seria o terreno em poder do Exército no bairro Santana, mas a liberação depende do aval das Forças Armadas e da própria União, para quem a área foi cedida em comodato décadas atrás.
Enquanto o município avança centímetro por centímetro na regularização, a pressão por novas moradias cresce. Com a meta de entregar 3.000 casas até 2028, Baitala tenta equilibrar expectativas e orçamento em uma política que, historicamente, emperra por falta de planejamento, recursos e segurança jurídica. O piloto no Alto Cascavel é, na avaliação da gestão, o primeiro teste para virar essa página.
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