Após ordem de Moraes, deputado aliado de Bolsonaro deixa acampamento
Deputado federal Hélio Lopes havia armado barraca na Praça dos Três Poderes em protesto contra as recentes medidas do STF que atingem o ex-presidente Jair Bolsonaro
26/07/2025
O deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ) retirou, na madrugada deste sábado (26), a barraca montada em frente a sede do Supremo Tribunal Federal (STF), após decisão do ministro Alexandre de Moraes.
Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Lopes montou acampamento no final da tarde de ontem e anunciou que ficaria acampado em greve de silêncio em protesto contra as medidas do tribunal adotadas contra o ex-presidente e seus aliados.
A decisão de Moraes foi tomada após a Procuradoria-Geral da República apresentar uma representação pela decretação de medidas cautelares de remoção imediata e proibição de acesso e permanência de deputados federais acampados na praça dos Três Poderes, assim como de quaisquer outros indivíduos na frente do STF.
Além de Lopes, a medida também foi aplicada aos deputados federais Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), Cabo Gilberto Silva (PL-PB), Coronel Chrisóstomo (PL-RO) e Rodrigo da Zaeli (PL-MT).
O ministro vedou qualquer ocupação ou obstrução da Praça dos Três Poderes, e também determinou às autoridades locais do Distrito Federal a adoção das medidas preventivas e repressivas cabíveis, com a identificação e documentação de quaisquer práticas ilícitas, sob pena de responsabilização pessoal dos agentes públicos “com competência legal para agir em face dessas condutas”.
Moraes determinou ainda a prisão em flagrante com base na prática de resistência ou desobediência ao ato de autoridade pública para quem descumprir a decisão.
Setores ligados a Jair Bolsonaro, a exemplo do deputado Hélio Lopes, consideram arbitrárias e excessivas as medidas adotadas por Alexandre de Moraes contra o ex-presidente. Esses segmentos ensaiam a organização de um movimento nacional de resistência. Interlocutores da esquerda interpretam esses atos como ação coordenada com apoio do governo dos Estados Unidos e chegam a falar em nova tentativa de "golpe de estado"
O ministro argumentou que o direito à reunião e de manifestação não podem ser exercidos, de “maneira abusiva e atentatória à proteção dos direitos e liberdades dos demais, às exigências da saúde ou moralidade, à ordem pública, à segurança nacional, à segurança pública, defesa da ordem e prevenção do crime, e ao bem-estar da sociedade”.
Moraes sustentou ainda que o “acampamento” foi montado com o propósito de repetir os “ilegais e golpistas” acampamentos realizados na frente dos quartéis do Exército, ao longo do ano de 2022 e no início de 2023. Ainda de acordo com o ministro, a atitude visava inviabilizar o funcionamento do STF e para subverter a ordem democrática.
“Não há outra interpretação a ser extraída da tentativa de repetição da ilegal ocupação de vias públicas a acampamentos golpistas realizados na frente do Exército brasileiro e das condutas golpistas lamentáveis praticadas na Praça dos Três Poderes no domingo, 8/1/2023”, escreveu.
A decisão diz que a medida visa apenas garantir o cumprimento dos limites legais ao exercício do direito de manifestação, “assegurando que a liberdade de expressão não seja utilizada como instrumento de interferência, violência ou prejuízo à ordem pública em consonância com o Estado de Direito e os princípios que orientam a jurisdição.”
▪ Veja também
- Moraes libera para julgamento ação contra Núcleo 4 da trama golpista
- PGR denuncia Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo por coação
- Itamaraty diz que Brasil “não se curvará" a novas sanções dos EUA
- Governo dos EUA impõe Lei Magnitsky à esposa de Alexandre de Moraes
- Em todo país, milhares protestam contra anistia e PEC da Blindagem
Todo mundo fala
-
SAÚDECelso Góes tem diagnóstico de AIT "leve" e se recupera após intervenção médica
-
SEGURANÇA Proprietário não viu o carro e chama PM achando que foi furto
-
PERSONAGesto de policial em Guarapuava transformou a vida da pequena Júlia
-
SANTA CRUZ Tiroteio no bar: homem retorna de carro e dispara contra frequentadores