Dia histórico: guerra entre Israel e Gaza chega ao fim, com troca de reféns
Trump anunciou cessar-fogo definitivo, mas governo israelense ainda trata o fim da guerra com cautela
13/10/2025
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (13) o fim oficial da guerra entre Israel e o grupo palestino Hamas, logo após a conclusão de uma ampla troca de reféns e prisioneiros, mediada por sua equipe diplomática.
"Sim, a guerra acabou", disse Trump, de forma sucinta, ao ser questionado por jornalistas após a libertação dos últimos reféns israelenses mantidos em Gaza.
O anúncio marca o ápice de um plano de paz apresentado por Trump em setembro, que previa cessar-fogo imediato, liberação de todos os reféns vivos e mortos, troca por prisioneiros palestinos detidos em Israel, além de um plano de transição para a Faixa de Gaza.
Apesar do tom de vitória, o governo israelense reagiu com cautela. Autoridades em Tel Aviv afirmaram que o acordo é um passo importante, mas que ainda existem preocupações com segurança, especialmente em relação à presença militar do Hamas na região.
Os termos do acordo
O plano apresentado por Trump inclui 20 pontos e foi aceito pelas partes após semanas de negociações secretas.
Entre os principais compromissos estão:
- A libertação de todos os reféns israelenses em Gaza, incluindo civis e militares;
- A entrega de corpos de reféns mortos durante o conflito;
- A libertação, por parte de Israel, de centenas de prisioneiros palestinos, inclusive líderes do Hamas;
- O compromisso do Hamas de iniciar um processo de desmilitarização progressiva;
- A criação de uma autoridade interina para governar Gaza, com apoio internacional e supervisão dos EUA, Egito e Catar;
- Suspensão de ataques aéreos e operações terrestres por ambas as partes.
O presidente do Hamas, Ismail Haniyeh, ainda não se pronunciou oficialmente sobre a declaração de Trump, mas fontes do grupo confirmaram que o acordo está sendo cumprido "por etapas".
Reações e dúvidas sobre a estabilidade
Líderes internacionais saudaram a notícia como uma possível virada no conflito, que já deixou dezenas de milhares de mortos e desalojados desde o início da ofensiva israelense em Gaza, em 2023.
A ONU, por meio do seu secretário-geral António Guterres, elogiou o esforço de mediação, mas destacou que o verdadeiro desafio será garantir a implementação de longo prazo do acordo e a reconstrução de Gaza.
Analistas, no entanto, apontam que ainda há grande instabilidade na região. “É cedo para dizer que o conflito chegou ao fim. Há muitas questões em aberto, especialmente sobre o futuro político da Faixa de Gaza e a real disposição do Hamas de se desarmar”, disse a especialista em Oriente Médio da Universidade de Tel Aviv, Yael Livni.
Próximos passos
Nos próximos dias, representantes dos países envolvidos – incluindo Egito, Catar, EUA e Turquia – devem se reunir em Genebra para discutir o formato da nova autoridade interina que administrará Gaza durante o período de transição.
A retomada de negociações para uma solução de dois Estados também está sendo considerada por diplomatas da União Europeia, embora ainda sem apoio explícito de Israel.
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