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Paraná intensifica repressão ao desmatamento com R$ 2,9 milhões em multas

Grupo de 23 agentes de diferentes regionais do órgão ambiental identificou 293,98 hectares (cerca de 300 campos de futebol) de áreas ilegalmente desmatadas

29/09/2025
Ao todo, foram detectadas irregularidades em 19 municípiosAo todo, foram detectadas irregularidades em 19 municípios

O governo do Paraná, por meio do Instituto Água e Terra (IAT), aplicou R$ 2,96 milhões em multas por desmatamento ilegal durante a edição 2025 da Operação Mata Atlântica em Pé, coordenada nacionalmente pelo Ministério Público. A força-tarefa estadual, composta por 23 agentes de diferentes regionais, vistoriou 19 municípios entre os dias 21 e 28 de setembro, identificando 294 hectares de vegetação nativa suprimida – o equivalente a cerca de 300 campos de futebol.

No período, foram lavrados 226 Autos de Infração Ambiental (AIA). As ações se concentraram não apenas na detecção de novos desmatamentos, mas também na fiscalização de áreas previamente embargadas. De acordo com o IAT, o objetivo foi verificar se tais áreas estavam em processo de recuperação ambiental, como exige a legislação, ou se continuavam sendo utilizadas de forma irregular. Os municípios mais próximos à região de Guarapuava foram Laranjeiras do Sul e Quedas do Iguaçu.

Com este balanço, o acumulado de multas ambientais no estado em 2025 chega a R$ 9,96 milhões, referentes à degradação de 1.143 hectares. Apesar do volume expressivo, os números representam uma queda de 38% na área desmatada e de 41,7% no valor das penalidades aplicadas em relação a 2024.

As cidades do Paraná atingidas: São Jorge D’Oeste, Nova Esperança do Sudoeste, Enéas Marques, São João, Quedas do Iguaçu, Dois Vizinhos, Planalto, Francisco Beltrão, Laranjeiras do Sul, Espigão Alto do Iguaçu, Cantagalo, Salto do Lontra, Capanema, Virmond, Santa Izabel do Oeste, Cruzeiro do Iguaçu, Nova Prata do Iguaçu, Pérola D’Oeste e Barracão.

A ação no Paraná fez parte de uma operação nacional que envolveu 17 estados e resultou na identificação de 12.327 hectares de desmatamento ilegal no bioma Mata Atlântica. As sanções administrativas em todo o país somaram R$ 116 milhões.

Queda sustentada

Os dados reforçam a tendência de desaceleração da destruição florestal no estado. Segundo o Relatório Anual do Desmatamento (RAD) do MapBiomas, o Paraná reduziu em 64,9% a supressão da Mata Atlântica em 2024, passando de 1.230 hectares em 2023 para 432 hectares no ano seguinte. Em um horizonte mais longo, a redução acumulada desde 2021 é de 95%.

Essa performance coloca o estado na terceira melhor posição do país no controle do desmatamento da Mata Atlântica, atrás apenas do Distrito Federal e de Goiás. Nacionalmente, a queda média foi de 32,4% em 2024, segundo a Fundação SOS Mata Atlântica.

Repressão e prevenção

A legislação brasileira prevê penalidades severas para crimes ambientais, incluindo sanções administrativas, civis e criminais. A população pode contribuir por meio de denúncias anônimas ao Disque 181 (Polícia Ambiental) ou diretamente ao IAT, via ouvidoria ou escritórios regionais. A efetividade das operações depende, em parte, da qualidade das informações repassadas.

O avanço tecnológico no monitoramento remoto, combinado com a atuação interinstitucional, tem permitido um maior grau de vigilância ambiental. Ainda assim, a escala da degradação verificada nacionalmente sugere que o desafio da preservação da Mata Atlântica – um dos biomas mais ameaçados do país – permanece longe de ser superado.

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