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Fim de semana em Guarapuava registra casos de violência contra a mulher

Numa das denúncias, vítima de 23 anos vinha sendo agredida há muito tempo

01/12/2025

As forças de segurança registraram, entre domingo (30) e segunda-feira (1º), três episódios distintos de violência doméstica e familiar em Guarapuava.

Os casos, que envolvem agressões físicas, perseguição, ameaça, descumprimento de medidas protetivas e resistência à prisão, demonstram que o padrão recorrente de violência contra mulheres, mesmo com seguidas campanhas de esclarecimentos e com decisões judiciais vigentes.

Por outro lado, os episódios denotam que as vítimas não aceitam passivamente, apesar do risco a que estão expostas, e denunciam os agressores.

Agressões contínuas levam jovem de 23 anos a denunciar convivente

Na manhã de domingo (30), por volta das 9h35, equipes policiais foram acionadas para atender uma ocorrência no bairro Cascavel. No local, uma jovem de 23 anos relatou que o companheiro, de 22, a agride com frequência. Segundo registro policial, ela apresentava marcas de hematomas, incluindo o sinal recente de um tapa no braço.

A vítima afirmou não suportar mais a situação e declarou intenção de representar criminalmente contra o agressor. O suspeito recebeu voz de prisão e ambos foram encaminhados à 14ª Subdivisão Policial.

Apesar da presença física das lesões, o caso se enquadra em um padrão já conhecido pelas autoridades: agressões reiteradas que se intensificam até o momento em que a vítima rompe o silêncio.

Perseguição, colisão proposital e confronto armado

Um dos episódios mais graves ocorreu na noite de domingo (30), às 20h18, na região da Serra do Jordão. A vítima, de 36 anos, possuía medida protetiva contra o ex-companheiro, de 45. Mesmo proibido de se aproximar, ele a encontrou em um estabelecimento comercial, segundo a polícia, apresentando sinais de embriaguez.

A mulher deixou o local em um carro por aplicativo, mas o agressor iniciou perseguição e chegou a colidir propositalmente contra o veículo em que ela estava, num risco extremo de descumprimento de medida protetiva associado ao uso de álcool e histórico de violência.

Após a colisão, o agressor fugiu para uma mata próxima, de onde continuou enviando ameaças à vítima. Durante as buscas, a equipe o localizou armado com um facão. Ele ergueu a arma branca contra os policiais, que utilizaram um dispositivo de condução elétrica (“taser”). O homem também resistiu ao algemamento, sendo necessário uso de agente químico.

O teste do bafômetro indicou teor alcoólico acima do permitido. Ele foi preso e encaminhado para a Polícia Civil.

Ameaça e cerco à residência durante a madrugada

Horas depois, às 00h40, já na segunda-feira (1º), outra mulher, de 28 anos, buscou ajuda policial ao ter sua medida protetiva descumprida no bairro São Cristóvão. Segundo o boletim, o ex-namorado, de 34 anos, pulou o muro da empresa onde ela trabalha e se colocou diante de seu carro, afirmando: “Você vai ver, vou te matar.”

A vítima conseguiu deixar o local e seguir para casa, mas o suspeito continuou a persegui-la, tocando diversas vezes o interfone da residência. A polícia encontrou o homem dentro do veículo, próximo à casa. Ele recebeu voz de prisão e foi encaminhado para a Delegacia.

Avanço das denúncias, persistência da violência

Os três episódios, ocorridos em sequência, reforçam a pressão enfrentada pelas estruturas de atendimento à violência doméstica no município. Autoridades policiais apontam que o aumento das denúncias reflete maior conscientização, mas os casos de descumprimento de medidas protetivas continuam sendo um dos maiores desafios.

A escalada – da ameaça à perseguição, e daí para agressões mais graves – é um padrão comum e previsível, o que torna resposta rápida essencial para prevenir feminicídios.

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