EUA reforçam apoio financeiro a Milei após vitória em eleições legislativas na Argentina
Trump lembra ao presidente argentino pacote de ajuda de US$ 40 bilhões
27/10/2025
O presidente argentino Javier Milei obteve neste domingo uma expressiva vitória nas eleições legislativas, consolidando sua posição no Congresso e abrindo espaço para aprofundar as reformas econômicas de corte liberal. O resultado, celebrado por Washington, ocorre em meio a uma intensa cooperação financeira entre os governos de Milei e Donald Trump, que retornou à Casa Branca em janeiro deste ano.
De acordo com informações da Reuters e da Associated Press, o governo norte-americano trabalha para dobrar o pacote de ajuda à Argentina, elevando-o a cerca de US$ 40 bilhões. Parte dos recursos viria de um acordo de swap cambial de US$ 20 bilhões, com a possibilidade de outros US$ 20 bilhões provenientes de fontes privadas sob garantia do Tesouro dos EUA.
Em declarações após o pleito, Trump afirmou que Milei “teve muita ajuda dos Estados Unidos” em sua vitória eleitoral, reforçando a parceria ideológica entre ambos os líderes, marcadamente críticos a políticas intervencionistas e alinhados em pautas ultraliberais.
“Nós acreditamos em liberdade, em mercados abertos e em governos pequenos. Milei está fazendo um trabalho incrível, e nós o apoiamos totalmente”, disse Trump a jornalistas.
Durante a campanha, o ex-presidente norte-americano havia condicionado parte do apoio econômico ao desempenho eleitoral do argentino. “Se ele não ganhar, nós não vamos ser generosos com a Argentina”, declarou em meados de outubro, segundo o jornal El País.
A vitória nas urnas foi recebida como um endosso às duras medidas de ajuste implementadas por Milei, que incluem cortes de gastos públicos, desregulamentação do mercado e revisão de subsídios estatais. Críticos, no entanto, afirmam que o pacote de ajuda norte-americano tem fortes implicações políticas e pode aumentar a dependência econômica da Argentina em relação a Washington.
Analistas consultados pela imprensa argentina avaliam que, após a eleição, Trump poderá “cobrar a fatura” em forma de alinhamento diplomático e comercial, especialmente em temas como energia e acordos bilaterais de investimento.
“O apoio dos EUA não é gratuito. Milei ganhou margem de manobra, mas também uma nova série de compromissos”, disse a economista argentina Mariana Suárez, da Universidade de San Andrés.
Com o fortalecimento de sua base parlamentar, Milei promete acelerar reformas e manter o discurso de enfrentamento às “estruturas políticas tradicionais”. Washington, por sua vez, vê a Argentina como peça estratégica para conter a influência chinesa na região.
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