Paraná investe mais de R$ 2 bilhões em malha rodoviária na Região Central

O governo do Paraná está conduzindo "uma das mais ambiciosas expansões de infraestrutura rodoviária do país", segundo os órgãos governamentais envolvidos, com investimentos que já superam R$ 1,44 bilhão e devem ultrapassar R$ 2 bilhões nos próximos meses. O foco está na Região Central do Estado, onde cerca de 300 quilômetros de rodovias estão sendo duplicadas, ampliadas ou completamente restauradas com concreto – uma escolha técnica que reflete uma estratégia de longo prazo.

As intervenções abrangem sete trechos distintos, com destaque para a PRC-466, que liga Guarapuava a Pitanga, e segue, em etapas, até Mauá da Serra. Somente entre Guarapuava, Turvo e Pitanga, as obras já em andamento consomem R$ 947,7 milhões – mais do que o investimento destinado à emblemática Ponte de Guaratuba, no litoral. A expansão inclui ainda conexões com cidades como Manoel Ribas, Lidianópolis e Nova Tebas, consolidando um corredor estratégico para o escoamento de produção agrícola e circulação regional.

Obras do governo do Estado aceleram investimentos com empreiteiras no período pré-eleitoral

A carência de investimentos estratégicos para o desenvolvimento logístico da Região Central está vindo à tona agora, no período pré-eleitoral. O presidente da Câmara Municipal de Guarapuava, Pedro Moraes, levantou a necessidade de se implantar um projeto sustentável de expansão da socioeconômica regional, com a implantação de "hug" modal que integre rodovias duplicadas (principalmente a BR-277), a ferrovia e a construção de um aeroporto regionalizado de passageiros e cargas, em área central entre todos os municípios do Centro-Sul. A proposta teve adesão, até agora, de 13 Câmaras Municipais, por meio de uma Carta-Manifesto entregue ao presidente da Assembleia Legislativa, Alexandre Curi.

O reestudo do potencial e ideias que impulsionem o desenvolvimento regional é embalado por investimentos que já vêm sendo realizados pelo governo do Estado, e que seriam melhor estruturados com a participação efetiva de liderdanças políticas, empresariais e comunitárias da região, associadas à participação técnico-científica das instituições universitárias, públicas e privas, em especial a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro).

O projeto de infraestrutura do governador Ratinho Júnior prioriza o emprego de nova técnica de pavimento, o whitetopping, que consiste em uma camada de concreto aplicada sobre o asfalto existente. O método, comum em países como Alemanha e Estados Unidos, oferece até o dobro da durabilidade do modelo convencional e maior aderência, especialmente sob chuva – fatores decisivos para uma malha submetida ao tráfego pesado de caminhões.

Do ponto de vista de engenharia, o programa também contempla soluções modernas: viadutos tipo diamante, barreiras de concreto “New Jersey”, passarelas, rotatórias em desnível, drenagem redesenhada e iluminação LED. Trechos como o de Turvo a Pitanga, que sozinho recebe R$ 514,2 milhões, incluem três viadutos, duas pontes, nove retornos e abrigos de ônibus.

Além da segurança e da longevidade, o concreto representa um ganho logístico e econômico. A técnica, ainda incipiente no Brasil em escala estadual, está sendo executada por empresas licitadas pelo DER/PR, sob supervisão da Secretaria de Infraestrutura e Logística. Com mais de 500 quilômetros de rodovias em concreto em todo o estado, o Paraná lidera o maior programa do tipo no país.

“O whitetopping trouxe ao Paraná um diferencial técnico que hoje atrai delegações de outros estados”, afirma Fernando Furiatti, presidente do DER/PR. “A durabilidade, a economia de manutenção e os ganhos ambientais justificam o investimento.”

O governador Carlos Massa Ratinho Junior reforça que a escolha não é apenas técnica, mas estratégica. “Rodovias em concreto eram um sonho distante. Agora elas conectam regiões que antes viviam isoladas da economia estadual.”

No papel, o cronograma vai até 2027. No asfalto, o concreto já começa a pavimentar uma nova geografia econômica para o interior paranaense.