Operação na Vila Concórdia termina com a prisão de 12 suspeitos
Além de drogas e armas, maior parte das apreensões é produto de furtos em residências e lojas na cidade
04/11/2025
Forças de segurança na Vila Concórdia: operação foi provocada pelo aumento considerável dos casos de furtos e roubos em Guarapuava e aconteceu na véspera de reunião da Secretaria da Segurança Pública com lideranças locais, na próxima sexta-feira A megaoperação com 288 policiais civis, militares e penais na Vila Concórdia, em Guarapuava, na manhã desta terça-feira (4), resultou na prisão de 12 pessoas e na apreensão de armas, drogas e uma grande variedade de objetos furtados. Mais tarde, a Polícia Militar atualizou para 15 suspeitos presos e três mortes.
No começo da manhã, as primeiras informações indicavam a presença de 200 policiaos. Posteriormente, o número foi atualizado para 288. O que mais chamou a atenção foi o tipo de material encontrado nas residências – rolos de arame, serras, utensílios de cozinha e de pedreiro, instrumentos musicais e itens domésticos, como batedeiras e até caniço de pesca. Segundo a Polícia Civil, esses objetos vinham sendo furtados em casas e comércios e depois trocados por drogas, num sistema de “moeda de troca” entre usuários e traficantes.
A Vila Concórdia, uma das comunidades mais antigas da cidade, ganhou nova notoriedade após a operação. Conhecida no passado como “Buraco Quente”, a área passou a ser chamada por setores jurídicos e policiais de “Cracolândia de Guarapuava”, numa alusão à região de São Paulo marcada pela concentração de dependentes químicos.
Objetos apreendidos: segundo a polícia, são frutos de furtos e roubos e usados como "moeda de troca" entre viciados e traficantes
Desde as primeiras horas da manhã, as equipes cumpriram 45 mandados de busca e apreensão, com o apoio aéreo de helicópteros e de cães farejadores. Foram apreendidas cinco armas de fogo, três simulacros, drogas diversas, mais de R$ 25 mil em dinheiro, balanças de precisão e celulares.
O secretário estadual da Segurança Pública, coronel Hudson Leôncio Teixeira, afirmou que a ação demonstra o resultado da integração entre as forças policiais. “O alinhamento entre as instituições tem garantido os melhores índices de segurança dos últimos 20 anos no Paraná. Essa união é essencial para devolver a tranquilidade aos moradores”, disse.
Vila Concórdia: "Cracolândia de Guarapuava"
A expressão "Cracolândia de Guarapuava" foi usada no meio jurídico nesta terça-feira, após a operação. A Vila Concórdia está praticamente na área central da cidade, perto do Parque do Lago
Segundo o delegado Alysson Henrique de Souza, da Polícia Civil, chefe da 14ª Subdivisão Policial de Guarapuava, o a Vila Concórdia "vinha" se tornando um polo de receptação. “Usuários furtavam objetos em outras regiões e trocavam por drogas no Concórdia. Essa dinâmica fomentava novos crimes e alimentava o tráfico local”, explicou.
Para o tenente-coronel Jakson Aquiles Busnello, da Polícia Militar, a operação tem caráter estratégico. “Ao sufocar a receptação, buscamos reduzir também o número de furtos em outros bairros. A ideia é restabelecer a ordem e a sensação de segurança em Guarapuava”, afirmou.
A operação foi enquadrada dentro do programa Missão Paraná III segue ao longo da semana em municípios dos Campos Gerais e do Centro do Estado, com ações voltadas ao combate à criminalidade e ao fortalecimento da presença policial nas comunidades.
Na sexta-feira (7), a Câmara Municipal de Guarapuava sedia uma reunião de avaliação da operação.
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