Mundo em alerta com ataques dos EUA ao Irã: risco de confronto mundial corre o Planeta
Presidente norte-americano vai conseguir a paz "à bala"?
22/06/2025
Reação do Irã ao ataque: "Nada de extraordinário aconteceu"O bombardeio das instalações nucleares iranianas por forças americanas neste sábado (21), anunciado pessoalmente pelo presidente Donald Trump em suas redes sociais, provocou uma reação em cadeia entre aliados e adversários dos Estados Unidos, intensificando temores de uma escalada rápida e potencialmente catastrófica no Oriente Médio – com impactos imprevisíveis sobre a estabilidade global.
As usinas nucleares de Fordow, Natanz e Esfahan – peças centrais do programa atômico iraniano – foram atingidas por mísseis guiados lançados por bombardeiros dos EUA, em um ataque que, segundo Trump, foi concluído com êxito e sem perdas americanas. O presidente declarou o bombardeio como “um sucesso extraordinário” e afirmou que agora seria “a hora da paz”.
Mas o contexto internacional parece sugerir o contrário.
Poucas horas antes do ataque americano, o porta-voz militar dos rebeldes houthis do Iêmen, Yahya Saree, alertou que navios americanos no Mar Vermelho seriam considerados alvos legítimos caso Washington se juntasse diretamente à guerra entre Israel e Irã. A retórica yemenita alinha-se à posição de Teerã, que vê a coalizão israelense-americana como responsável pela deterioração da segurança regional.
A ameaça do Iêmen, um aliado informal do Irã em sua guerra por procuração contra Israel e Arábia Saudita, expande o front de combate para águas estratégicas por onde transita cerca de 10% do comércio marítimo global.
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Após ataque norte-americano, Irã lançou novos mísseis sobre Israel; combatentes do Iêmen, aliados do Irã, se posicionam no Mar Vermelho para bloquear passagem
O Pentágono, por sua vez, confirmou o envio de bombardeiros B-2 para a Ilha de Guam, no Pacífico – um movimento interpretado como preparação para ações de longo alcance, inclusive contra alvos na Ásia Ocidental.
Analistas militares apontam que, se o Irã retaliar diretamente os EUA – ou se houver baixas civis nos bombardeios às usinas –, a resposta iraniana poderá envolver ataques a bases americanas no Golfo Pérsico, além de mobilizar milícias aliadas no Líbano, Iraque e Síria.
REAÇÕES GLOBAIS
Governos europeus demonstraram preocupação. Em Berlim, o chanceler federal da Alemanha, Lars Keller, disse estar “profundamente alarmado” e convocou uma reunião extraordinária da OTAN para debater a escalada.
A França, por sua vez, alertou que a destruição de usinas nucleares pode liberar material radioativo e comprometer “milhões de vidas”.
A China exigiu que os EUA “cessem imediatamente os atos de agressão unilateral” e acusou Washington de minar o sistema internacional baseado em regras.
Na Rússia, o presidente Vladimir Putin ordenou exercícios militares com mísseis balísticos em Kaliningrado e alertou que um ataque direto à infraestrutura nuclear de qualquer Estado-membro do Tratado de Não Proliferação seria uma violação grave do direito internacional.
DIPLOMACIA EM RUÍNAS
O ataque americano destrói qualquer avanço diplomático possível. O Irã vinha participando de tratativas para restaurar o acordo nuclear de 2015, do qual os EUA se retiraram durante o primeiro mandato de Trump.
As negociações, mediadas por países europeus, incluíam propostas para limitar o enriquecimento de urânio e garantir acesso da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) às instalações iranianas.
Embora a AIEA tenha reiterado que não encontrou evidências concretas de que o Irã estivesse desenvolvendo uma ogiva nuclear, a pressão israelense sobre Washington e alegações recentes de inteligência – ainda não corroboradas – alimentaram o discurso de “ação preventiva” do presidente Trump.
MOMENTO CRÍTICO
A destruição das usinas de Fordow e Natanz, duas das mais fortificadas do Irã, representa não apenas um revés estratégico para Teerã, mas também um ponto de inflexão perigoso na política internacional. Com o risco de o conflito se alastrar para além do Oriente Médio, atingindo interesses comerciais e alianças militares em diversos continentes, o mundo se vê diante do maior impasse de segurança global desde a invasão do Iraque, em 2003 – ou mesmo desde a crise dos mísseis de Cuba, em 1962.
“Estamos à beira de uma guerra regional com potencial nuclear”, afirmou em tom sombrio Richard Haass, presidente emérito do Council on Foreign Relations. “E o problema com guerras assim é que elas raramente ficam contidas.”
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