Grupo Pátria do pedágio é o mesmo que controla o Superpão
25/08/2023
O grupo Pátria, que integra a Infraestrutura Brasil Holding XXI e arrematou o lote 1 do novo pedágio no Paraná, nesta sexta-feira, é o mesmo que recentemente passou a controlar a maioria das ações da rede de supermercados Superpão, de Guarapuava. O negócio bilionário do pedágio é apenas uma das faces deste grupo de empreendedores, cujos tentáculos se estendem desde a área de saúde, infraestrutura, farmacêutica, telecomunicações, entre outros. O apetite e a capacidade de investimentos andam simultaneamente. Em poucos anos, passou a gerir um ativo de US$ 25 bilhões e projeta chegar ao dobro, US$ 50 bi, até 2025. A Família Hyczy (Getúlio e o filho Maurício) continuam como administradores de um conglomerado com cerca de 40 lojas e 5.000 funcionários. O patriarca Getúlio recupera-se de um AVC, que o levou a ser internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.
ANTENOR ENTRA NO JOGO
O deputado estadual Dr. Antenor (PT) endureceu o jogo político-eleitoral contra o prefeito Celso Góes (Cidadania), valendo-se da greve dos professores municipais. O petista destravou uma bateria de críticas a Góes ao falar aos grevistas reunidos em assembleia nesta sexta-feira (25). Acusa o atual prefeito de desprestigiar os professores, não concedendo o reajuste para chegar ao piso nacional da categoria, enquanto “contrata novos comissionados”.
EM TOM MAIS AGUDO
Os ataques de Dr. Antenor quebram um armistício entre o ex-candidato a prefeito, derrotado em 2020, contra o prefeito eleito. Mesmo na eleição para deputado estadual, em 2022, Dr. Antenor não radicalizou tanto quanto agora, aproveitando do espaço oferecido pelo Sisppmug, o sindicato que representa os professores municipais. As vereadoras petistas Terezinha Dai Prai e Cris Wainer já haviam “amaciado” esse terreno, com uma linguagem mais combativa contra a administração, mas agora Dr. Antenor afundou a rolha. Como músico que gosta de ser, ele agudizou o tom da sinfonia que, provavelmente, será ouvida a partir de agora no embate eleitoral.
“GREVE POLÍTICA”
A Prefeitura passou a sexta-feira toda monitorando a manifestação dos professores municipais, que, reconheça-se, não foi pequena. Não há como descaracterizar que se trata de uma greve política, pois, na essência, toda greve é política. Assessores municipais dizem que havia uma confiança de que o Sisppmug manteria o acordo assinado em maio deste ano, lavrado em ata, segundo o qual a Prefeitura e o sindicato voltariam à mesa de negociações em setembro, quando encerra o quadriênio fiscal e o Município poderá fazer nova distribuição do bolo orçamentário. Enquanto não fechar esse ciclo fiscal, o orçamento municipal está restrito ao “limite prudencial”, ou seja, nada pode ser feito além do programado.
GESTÃO PARA TODOS
Interlocutores da Prefeitura se manifestaram em “off”, analisando o pronunciamento de Dr. Antenor. Observam que o reajuste do piso comparado ao gasto em pagamentos de alguns comissionados, como fez o deputado petista, está numa distância abissal. Lembram de cálculos repassados pelo próprio Sisppmug ao Portal Paraná Central, de que o reajuste ao professorado implicará aos cofres municipais uma despesa extra de aproximadamente R$ 2 milhões por mês. “O magistério tem uma importância enorme, mas nenhuma categoria de trabalhadores pode se sobrepor à outra, sob a ótica da gestão pública”, pondera a assessoria do prefeito Celso Góes. “As contas municipais precisam fechar para que o professor tenha seu salário garantido, na mesma ordem de importância que o servidor da saúde ou da limpeza pública. Por isso, todas as despesas devem ser mensuradas obedecendo à ordem do orçamento fiscal”, asseverou.
DESCENDO DAS ALTURAS
Para quem espera há três décadas pela prometida duplicação da BR-277, desde os tempos do ex-governador Jaime Lerner, o processo aberto pelo governo Ratinho Jr, com o leilão do lote 1 do “novo pedágio”, é como servir água com açúcar para dor aguda. Passado esse tempo todo, com montanhas de dinheiro despejadas pelo contribuinte paranaense nas contas das concessionárias, a população terá que continuar pagando e esperando pelas obras de duplicação. A redução do valor da tarifa parece ser mais um placebo: primeiro foi elevado a um patamar exorbitante (pedágio mais caro do Brasil) e agora tira-se a gordura, mantendo o lucro num nível sobejamente atrativo para os novos “donos” da rodovia.
DEFESA DAS CONCESSIONÁRIAS
O governador Ratinho Jr já disse, sobre o pedágio, que “tarifa a R$ 3,00” é “impossível”, não gera o lucro suficiente para manter as concessionárias em atividade. É constrangedor para o povo paranaense ouvir isso, ao circular por estradas de Santa Catarina, que sobreviveram com tarifas até menores, em estradas duplicadas e exemplarmente conservadas. Enquanto isso, quem circula pelo Paraná, transita em estradas simples e tarifas nas alturas.
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