Assembleia Itinerante e Paraná Faz Ciência mobilizam 40.000 pessoas em Guarapuava
Cidade se transforma no centro político e científico do Paraná
24/09/2025
Dois grandes eventos, com ênfase na gestão política e no desenvolvimento da ciência, mobilizam Guarapuava a partir do próximo dia 29, com a realização da plenária da Assembleia Legislativa Itinerante (no dia 1º) e do Paraná Faz Ciência (de 29 de setembro a 3 de outubro). Todas as programações acontecem simultaneamente no Centro de Evento Cidades dos Lagos, com estimativa de atrair a Guarapuava cerca de 40.000 pessoas de várias regiões do Paraná.
No dia 1º, a partir das 18 horas, Guarapuava se transforma na “capital política” do Paraná. A Assembleia Legislativa Itinerante reúne deputados estaduais, prefeitos, vereadores, lideranças e a população em geral, para debater problemas e propostas voltadas para o desenvolvimento da Região Central do Estado.
“É um momento histórico para toda a região, com questões de interesse comum da população, de cada município e da comunidade regional como um todo”, observou o deputado estadual Artagão Júnior (PSD), autor da proposta de instalação da Assembleia Itinerante de Guarapuava.
Os trabalhos da Assembleia Itinerante serão coordenados pelo presidente da ALEP, deputado Alexandre Curi (PSD), com apoio da Prefeitura, Câmara Municipal, Associação Comercial e Industrial (ACIG), Unicentro e do gabinete do deputado Artagão Júnior.
ASSEMBLEIA ITINERANTE
Palco de grandes temas da Região Central do Paraná
A expectativa é de que a Assembleia Itinerante traga ao centro das discussões temas como a duplicação de rodovias (BR-277, PR-170 e PR-466), reforma no aeroporto municipal ou, até mesmo, a implantação de um moderno hub logístico para a região.
A Assembleia Itinerante acontece no salão principal do Centro de Eventos Cidades dos Lagos. O local estará equipado com praça de alimentação, transporte interno na Cidade dos Lagos (dotado de shopping e hotel), além de disponibilidade de toda a rede hoteleira e de restaurantes da cidade.
Essa infraestrutura é indispensável, pois os dois eventos irão mobilizar todo o setor de acomodação e gastronomia, além do transporte de milhares de estudantes do ensino básico, médio ao universitário até o Centro de Eventos.
Essa gigantesca movimentação colocará Guarapuava no radar de todo o Estado, com a presença de setores influentes da política paranaense na Assembleia Itinerante, incluindo parlamentares e gestores públicos municipais, no mesmo espaço do “Paraná Faz Ciência”, que reúne a comunidade estudantil e científica com assuntos de relevância na atualidade.
“Essa aproximação é inédita no Paraná. De um lado, estudantes e cientistas, base indispensável para o desenvolvimento social e econômico. Do outro, a Assembleia Legislativa, que é a caixa de ressonância das grandes aspirações comunitárias do povo paranaense” – salientou o deputado Artagão Júnior.
PARANÁ FAZ CIÊNCIA
Evento estadual une conhecimento, cultura e ação climática
Durante cinco dias entre o final de setembro e o início de outubro, Guarapuava se transformará em um vibrante laboratório. A cidade sediará a 5ª edição do Paraná Faz Ciência, que promete transcender os limites da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), gestora do evento, e ocupar também o imaginário da população.
Com o tema “Ciência, Tecnologia, Inovação na Ação Contra a Mudança Global do Clima”, o encontro integra a programação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) e aposta em um formato que mistura rigor acadêmico com engajamento popular – uma equação que, segundo seus organizadores, é essencial em tempos de emergência climática e desinformação.
Uma cidade, muitos saberes
Criado em 2021 como resposta à necessidade de aproximar o conhecimento científico da sociedade – num momento em que a pandemia de Covid-19 expôs fragilidades globais e a importância da ciência –, o Paraná Faz Ciência amadureceu rapidamente. Se nas primeiras edições o foco era a reconstrução do diálogo entre ciência e sociedade, agora o evento se consolida como a maior vitrine científica do Estado do Paraná, com ambição de alcance nacional.
“É uma oportunidade ímpar de provocar reflexões e, mais do que isso, propor soluções práticas e regionais para problemas globais”, diz Marquiana Vilas Boas Gomes, professora da Unicentro e coordenadora-geral do evento. “Estaremos discutindo estratégias de adaptação, resiliência e mitigação diante das mudanças climáticas. Não é apenas ciência pela ciência, é ciência a serviço da sociedade.”
Clima, cultura e conexões humanas
Apesar de seguir o tema nacional da SNCT – Cultura Oceânica – o evento em Guarapuava tem foco declarado nas mudanças climáticas e seus impactos sociais, ambientais e econômicos. A parceria com o NAPI Emergência Climática, rede de pesquisadores coordenada pelo climatologista Francisco Mendonça, garante densidade teórica e articulação com políticas públicas e movimentos sociais.
Entre as atividades previstas estão conferências, fóruns, oficinas, exposições interativas, planetários, minicursos, apresentações culturais e mostras que ocupam não apenas o campus da Unicentro, mas diversos espaços públicos da cidade. A programação será gratuita e aberta ao público das 9h às 21h.
“Queremos fazer ciência com cheiro de chão batido, com sotaque local e rosto de gente comum”, explica Gomes.
A nova geração no centro do palco
Destaque especial será dado à participação jovem. A Jornada Educatech, já tradicional em Guarapuava, reunirá cerca de 400 estudantes da rede pública e privada, apresentando projetos inovadores em ciência e tecnologia. Pela primeira vez, o evento também contará com a Mostra da Rede de Clubes de Ciência do Paraná, com delegações de 65 municípios.
“O Paraná Faz Ciência tem como objetivo despertar nos estudantes o interesse pela ciência, pela inovação e pela educação, mostrando como esses temas podem transformar vidas”, afirma Fábio Hernandes, reitor da Unicentro. “Sediar esse evento é mais do que uma honra institucional. É uma responsabilidade cívica.”
Infraestrutura, parcerias e bastidores
Organizar um evento desse porte em uma cidade de porte médio não é tarefa simples. A logística inclui desde o acolhimento de caravanas escolares até a ampliação do Centro de Eventos da Unicentro, que ganhará mais 3 mil m² para abrigar espaços como o Educatech, feira de profissões, museus interativos, área infantil e uma tenda de circo dedicada a atividades culturais.
“A estrutura será robusta, mas pensada para ser acessível e acolhedora”, explica Jefferson Carraro, coordenador administrativo do evento. “Firmamos parcerias com diversas instituições públicas e privadas, como a Prefeitura de Guarapuava, ACIG, UTFPR, Fundação Araucária, Cooperativa Agrária e a Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA). É uma mobilização em larga escala.”
Ciência além do campus
Além do campus sede, o evento terá programações descentralizadas, com atividades no câmpus de Irati e em escolas públicas de toda a região. A proposta é democratizar o acesso ao conhecimento científico e descentralizar as ações, atingindo também áreas rurais e populações tradicionalmente afastadas dos debates acadêmicos.
Os eixos temáticos:
- Mudança Climática e Sustentabilidade
- Ciência na Prática
- Redes Colaborativas
- Território e Compromisso Social
- Cultura e Arte como expressão científica
- Cada um desses eixos será representado por espaços e atividades específicas, criando uma experiência imersiva.
Aposta no futuro
A ambição do Paraná Faz Ciência 2025 vai além dos números. Ainda que os organizadores esperem dezenas de milhares de visitantes, o verdadeiro impacto está na semente plantada no imaginário coletivo. Em um momento em que o negacionismo científico ainda resiste e o mundo enfrenta extremos climáticos cada vez mais severos, eventos como esse se tornam essenciais.
“Fazer ciência hoje é, antes de tudo, um ato político e pedagógico”, diz Marquiana Gomes. “E nossa aposta é que, com educação, cultura e diálogo, é possível construir uma sociedade mais justa e resiliente.”
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