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Vestibular de medicina da Unicentro supera USP e Unicamp

Com 259 candidatos por vaga, universidade de Guarapuava consolida cidade como polo de ensino superior e reforça debate sobre papel das universidades regionais

20/10/2025
O Vestibular 2026 da Unicentro foi realizado neste domingo. Junto com a medicina, o curso de psicologia (câmpus de Irati) também foi muito concorridoO Vestibular 2026 da Unicentro foi realizado neste domingo. Junto com a medicina, o curso de psicologia (câmpus de Irati) também foi muito concorrido

O curso de medicina da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), em Guarapuava (PR), alcançou a marca de 259,29 candidatos por vaga no vestibular de 2026. O número supera a concorrência registrada pelas universidades mais tradicionais do país, como USP e Unicamp, e acende o debate sobre o fortalecimento de polos universitários fora dos grandes centros urbanos.

No mesmo período, a Universidade de São Paulo (USP) registrou 90,7 candidatos por vaga em Medicina, segundo dados da Fuvest. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) teve 242 candidatos por vaga para o mesmo curso, conforme informou a Comvest. 

Apesar do número total de inscritos da Unicentro ser menor – 6.596 candidatos – em relação aos mais de 61 mil da Unicamp e 111 mil da USP, o índice de candidatos por vaga indica um interesse crescente por instituições do interior.

Isto ocorre mesmo entre cursos de alta demanda.

MOMENTOS

Vestibular 2026 da Unicentro, neste último domingo 

(Imagens: Comunicação/Unicentro)

A alta procura pela medicina em Guarapuava consolida a cidade como um polo regional de ensino superior. Com cerca de 200 mil habitantes, o município abriga o campus-sede da Unicentro e tem se beneficiado da presença da instituição pública estadual tanto na área educacional quanto econômica.

Para especialistas, a tendência é resultado de múltiplos fatores: descentralização da oferta de cursos de qualidade, maior mobilidade estudantil, expansão de infraestrutura universitária no interior e percepção de que cidades médias oferecem qualidade de vida e custo mais acessível.

Sob a ótica científica, a universidade deixa de ser apenas um centro de formação e passa a exercer papel estratégico no desenvolvimento regional.

​Pesquisa, extensão e impacto local

A atuação da Unicentro não se limita ao ensino.

A instituição mantém projetos de pesquisa aplicada, programas de extensão universitária e parcerias com governos locais, voltados ao desenvolvimento de setores como agricultura, saúde, educação e meio ambiente.

Dados da universidade indicam que mais de 70% das pesquisas estão diretamente relacionadas a demandas regionais, o que reforça o potencial da instituição como agente de transformação socioeconômica.

Os trabalhos realizados na instituição tê impacto direto na vida da população. Isso reforça o papel da universidade como produtora de soluções para os desafios locais.

Desafios e expansão 

Apesar do crescimento da demanda, a Unicentro ainda enfrenta desafios. Entre eles, a capacidade de absorver o aumento de interesse sem comprometer qualidade, a garantia de permanência estudantil para alunos de baixa renda, e a necessidade de investimento contínuo em infraestrutura e pesquisa.

O cenário também impõe uma responsabilidade institucional: utilizar sua base de conhecimento para apoiar o desenvolvimento regional de forma estruturada e sustentável, contribuindo com políticas públicas e inovação.

Interior em movimento 

A alta procura por medicina em uma universidade do interior do Paraná pode ser vista como sintoma de um movimento mais amplo: o de descentralização da excelência acadêmica. Se antes os estudantes mais bem preparados concentravam suas apostas nas universidades do Sudeste, agora ampliam seu leque para instituições regionais de qualidade reconhecida.

Com isso, cidades como Guarapuava ganham novos papéis na geografia do ensino superior brasileiro – não apenas como local de passagem de estudantes, mas como núcleos de produção de conhecimento e inovação.

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