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Ratinho Junior ficou 3 anos sem vir a Guarapuava

Mais um pouco, e completaria um mandato inteiro sem voltar ao município, onde recebeu 59% dos votos nas últimas eleições

25/04/2024

Quando colocar os pés em território guarapuavano, nesta manhã de quinta-feira (25), o governador Carlos Massa Ratinho Junior estará retornando 3 anos depois ao município onde 55.858 eleitores (59% do total de votantes) nele depositaram suas esperanças. Por mais de 1.000 dias, Ratinho Junior deixou de vir a Guarapuava, a 10ª economia em arrecadação de tributos do Paraná, berço de uma das áreas agrícolas mais desenvolvidas do País.

A última vez que aterrissou em solo do Terceiro Planalto, foi no dia 14 de abril de 2021, pelo mesmo motivo que agora o traz a Guarapuava, o lançamento da pedra fundamental da duplicação da BR-277 ao longo de 3,64 quilômetros da rodovia, com vias marginais em ambos os lados, no perímetro urbano do município. Naquele dia, as obras eram apenas uma projeção; hoje, uma realidade.

Ratinho Junior não veio, sequer, para o ato solene de liberação do tráfego da rodovia, em 7 de julho do ano passado, na presença do secretário de Estado da Infraestrutura e Logística, Sandro Alex. Na prática, a inauguração da duplicação aconteceu nessa data.

Em julho de 2021, o governador Ratinho Junior recepcionado pelo prefeito Celso Góes: última vez que esteve em Guarapuava

A ausência do governador não encontra justificativas plausíveis. O guarapuavano sempre foi conhecido por sua hospitalidade e certamente não lhe negaria um churrasco de brasa incandescente ou uma taça de cerveja artesanal, entre as melhores do Brasil, com puro malte produzido em terras locais. Se viesse no inverno, se aquentaria cevando um saboroso mate amargo; ou no calorzinho que se estende além do habitual na Serra Paranaense, poderia caminhar por um dos nossos parques, e ouvir um transeunte se expressar no original guarapuavês: “E aeee, governador... Bão?”

É um tanto desnecessário recorrer à História para dimensionar a importância política e econômica de Guarapuava no contexto paranaense – seja nos primórdios da fundação do estado, quando o município ocupava quase a metade do território paranaense; seja na criação de mais de 160 cidades que se desmembraram dos 175.000 quilômetros quadrados de sua formação original, constituída quando ainda éramos regidos pela Coroa Portuguesa.

Guarapuava só não se tornou capital do Paraná naquele ano de 1853 porque Curitiba era o centro do poder, mas faltou pouco. E foram outros tantos guarapuavanos a emprestar seus nomes nas disputas políticas, a ocupar cargos de importância.

Guarapuava pecou, talvez, porque não foi engolida pela modernização. Ou, ainda, porque no presente não consegue entender seu vínculo com um passado bicentenário, uma cidade fundada na arquitetura colonial que em tudo lembraria cidades turísticas da Europa. Que, da metade do século passado para cá, mesclou-se ricamente às diversas etnias que hoje formam gerações de guarapuavanos.

Não há quem resista, nem mesmo o governador Ratinho Junior, a bons causos ao redor de um fogo de chão. E se for para contar histórias, assunto não falta aqui nestas plagas.

O governador Ratinho Junior vem para o ato inaugural de uma usina hidrelétrica da empresa de papel Santa Maria e aproveita a estada para descerrar uma placa alusiva às obras da BR-277 e abrir o processo de licitação para a duplicação da PR-466, trecho entre a Cidade dos Lagos e o distrito de Palmeirinha.

Não guardamos rancores, governador. Apenas bateu saudades. Aproveitamos o ensejo para lembrá-lo que precisamos de mais apoio à nossa Universidade Estadual, na transformação do Hospital Regional em Hospital Universitário, na implantação de um sistema multimodal com porto seco, na revitalização da ferrovia e na construção de um terminal de cargas aeroportuário, na regionalização dos investimentos agroindustriais como incentivo aos municípios vizinhos, ao desenvolvimento regional pleno.

No mais, sinta-se à vontade. Seja bem-vindo, governador!

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