Política

Futuro de Cesar Filho começa a ser decidido

10/12/2020

Em outubro do ano passado, quando assumiu o comando do Podemos no Paraná, ao lado de antigos caciques da política paranaense, entre eles o presidente nacional do partido, senador Álvaro Dias, o advogado Cesar Silvestri Filho seguia o curso no qual vem navegando desde que se elegeu prefeito de Guarapuava pela primeira vez, em 2012. Deixando pela metade o mandato de deputado estadual, eleito em 2010, Cesar Filho sabia que ser prefeito em sua cidade natal era realizar um sonho, mas, intimamente, tinha convicção própria que, depois disso, ou abandonaria a vida política ou se voltaria para um projeto mais abrangente, em âmbito estadual e federal.

O ROTEIRO

A poucos meses de encerrar seu segundo mandato como prefeito, Cesar Filho joga todas as cartas de olho neste projeto estadual, como pretenso candidato a governador ou vice, ao Senado ou a deputado federal. Este foi o mesmo caminho que tomou seu pai, que foi eleito vice-prefeito na chapa de Fernando Carli em 1988, depois foi deputado estadual, federal e secretário de Estado. No caso de Cesar Filho, como ele já foi estadual e sua mãe, a deputada Cristina Silvestri, ocupa a cadeira numa brilhante trajetória política, não há por que trocar seis por meia dúzia – o negócio é seguir em frente. Em 2022, no limiar desta nova maratona, o ex-prefeito estará com 40 anos, muito jovem para os padrões etários da velha política tupiniquim.

ETAPA DECISIVA

Há uma regra na política segundo a qual político sem mandato fica no vácuo, é uma sombra. Para atingir suas metas como líder do Podemos e todas as projeções que o futuro lhe oportuniza, Cesar Filho terá que passar pelas urnas municipais em 15 de novembro próximo. Numa análise fria, desapegada de dogmatismos partidários, se o prefeito vislumbrar suas perspectivas pessoais vai se deparar com pelo menos duas possibilidades: uma é colocar à prova todo o seu cabedal eleitoral, transferindo votos e sendo o peso decisivo na vitória de Celso Góes ou Itacir Vezzaro, ambos pré-candidatos no grupo cesarista, ou revalidando o acordo político que uniu os deputados estaduais Bernardo Ribas Carli (in memorian), Cristina Silvestri e Artagão de Mattos Leão, num “grande pacto por Guarapuava”, com a conquista de vultosas obras do governo do Estado para o município (Hospital Regional, Centro de Especialidades, saneamento básico, pavimentação de rodovias, Hospital do Câncer, entre outras). Nesta última hipótese, não é somente Silvestri Filho que decidiria, e sim o conjunto destas forças locais, em consenso ou maioria prevalecente.

XEQUE-MATE

Pode-se dizer que, para ser candidato ao governo, Cesar Filho teria que confrontar com o atual mandatário do Palácio Iguaçu, Ratinho Junior, hoje na sua primeira gestão e com direito à reeleição. Não é uma improbabilidade, tudo pode, se o prefeito de Guarapuava decidir liderar uma frente de oposição, tendo na retaguarda um poderoso esquema que sustente uma campanha alternativa. Antecipadamente já se sabe que a campanha de 2022 não será fácil para ninguém, pelas injunções que o quadro nacional irá apresentar. Os “acordões” nos Estados serão determinantes, e a posição de Cesar Filho neste tabuleiro vai depender de como ele irá mexer as peças e conquistar território num Paraná tradicionalmente dominado por governantes do eixo Norte-Curitiba. Não sendo o candidato a governador, mas com capital político encorpado estadualmente nos dois anos que virão, o guarapuavano poderá cogitar ser um vice, um federal ou senador, dependendo do que Álvaro Dias projetará para si próprio – candidatar-se ao governo do Estado, por que não?

PODER DO AGORA

Olhando sob esta ótica, visualiza-se um horizonte atraente para Cesar Silvestri Filho, ainda mais ele, que faz política com gosto. Mas, para galgar patamares maiores, é impreterível que seu candidato a prefeito vença as eleições agora em novembro. Com potencial político-eleitoral nada desprezível, Cesar Filho será um fiel da balança no processo sucessório municipal – e o sucesso de uma empreitada mais arrojada a partir de 1º de janeiro, quando entrega o mandato para o vencedor em 15 de novembro, depende muito de agora, de como vai alinhavar a indicação do seu candidato a prefeito, qual a importância que o Palácio Iguaçu dará a isso e qual o aval que encontrará da população guarapuavana.

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