Queda de energia elétrica provocou desabastecimento e coloração na água, afirma Sanepar

Empresa revela que encontrou excesso de manganês no Rio das Pedras

A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) disse que a cor amarelada na água deve-se à "queda de energia (elétrica)" na estação de tratamento situada no bairro Santana, em Guarapuava, na madrugada de segunda-feira. Em razão disso, o abastecimento ficou temporariamente interrompido e, na retomada, afetou a coloração da água.

A informação foi solicitada à assessoria da empresa pelo Portal Paraná Central, após seguidas queixas de consumidores. 

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Segundo a assessoria, quando há desabastecimento, "é realizado um procedimento padrão, chamado descarga de rede, e a situação foi regularizada". A assessoria informou que "16 clientes" entraram em contato com a Sanepar informando a alteração e já foram atendidos".  A orientação é de que todo cliente que tiver algum problema com a água deve entrar em contato diretamente com a Companhia por meio de um dos canais oficias de atendimento para que seja registrado um protocolo e a situação seja resolvida "o quanto antes".

MANGANÊS E DIÓXIDO DE CLORO 

Uma moradora do Santana, mesmo bairro da estação de tratamento, mandou imagens ao Paraná Central mostrando água amarelada num tanque de roupa e num copo com cor esbranquiçada. Disse que seus familiares estão com diarreia e vômito. Por sua vez, a Sanepar sustenta que não há notificação de caso de saúde de "veiculação hídrica na cidade", informando que a cor branca não tem relação com cloro. "A Sanepar utiliza gás cloro, que não tem (cor) e não deixa cor", subinhou a assessoria.

Em nota anterior, a Sanepar afirmou que a coloração resulta da reação dos produtos químicos com os dutos de ferro, e "é até benéfica à saúde". Agora, a assessoria confirmou ao Portal que a empresa usa dióxido de cloro para purificar a água. "Ele é usado no tratamento de água potável pelo seu poder de remoção de compostos de manganês e ferro, funciona como floculante, eliminador de cheiro e sabor", relacionou. "Na indústria também é utilizado para higienização de garrafas e pasteurizadores, no processo de lavagem de frutas, vegetais, frutos do mar, peixes e aves, assim como na desinfecção de água de irrigação no cultivo de plantas, por exemplo."

Neste último contato, a Sanepar disse que o amarelado é consequência do excesso de manganês na água "in natura" (sem tratamento) no Rio das Pedras. Análises realizadas no Laboratório Central da Companhia em Curitiba, segundo a assessoria, detectaram a presença de manganês acima do normal no manancial. "Os níveis mais elevados não representam qualquer risco à saúde. Porém, em maior quantidade o mineral reage com o cloro usado no tratamento. Essa reação dá à água uma coloração amarelada após um certo tempo de contato entre o mineral manganês e o gás cloro, por isso a água adquiria a característica de cor a partir das redes de distribuição", reitera a Sanepar. "Para reverter esse processo, a Companhia fez ajuste nas dosagens de dióxido de cloro, de acordo com especificações técnicas rígidas e obedecendo a legislação, visando garantir segurança operacional. Todo esse processo foi e continua sendo acompanhado e monitorado por dezenas de especialistas da Companhia" – assegura. 

A Sanepar também informou que profissionais de hidrogeologia devem monitorar o manancial para dentificar o que pode ter causado a alteração no nível de manganês na água "in natura" (sem tratamento). "A Sanepar lembra que, no seu curso, o Rio das Pedras recebe água de outros afluentes, além da interferência de outros agentes ao longo do rio. O cuidado com o uso e com as águas de rios é responsabilidade de toda a sociedade" – afirmou. 

Ao ser questionada sobre os diversos recursos financeiros que foram despendidos para proteção das nascentes do Rio das Pedras, e também sobre a necessidade de monitorar as propriedades rurais que ficam no curso do rio, a Sanepar disse que isto não é de sua responsabilidade, e sim do Instituto Água e Terra, órgão do governo do Estado.